domingo, 25 de abril de 2010

UM DIA NASCEU UMA COMPLICAÇÃO...


Decorria o ano de 1979 o grande dia aproximava-se a passos largos. À medida que o tempo avançava a ansiedade apertava. O pensamento esvoaçava como um pássaro louco sem poiso certo. O sentimento era de alegria, com um misto de preocupação, desejo e medo, muito medo.´

As pessoas sorriam e cumprimentavam: “- Então quando é que nasce a criança!”
A resposta era sempre balbuciada da mesma maneira: ”- O médico diz que é para o fim do mês. Eu acho que nasce no dia 25 de Abril."


As pessoas gracejavam e comentavam, então vai ser um Zeca Afonso, contrapunha outra, não é, é uma Catarina Eufémia porque vai ser uma menina.

Sorria, encolhia os ombros e virava as costas. Em pensamento pedia a Deus que me ajudasse, fazia promessas (que tenho cumprido) para que a tão esperada hora passasse rápida e que o meu bebé nascesse saudável e sem problemas físicos.

Chegado o dia 25 de Abril. Dia festivo em que as multidões ainda se aglomeravam no Rossio de S. Brás, uma das praças da cidade de Évora. Mantendo a tradição, ainda que me custasse a andar, fui ver os espectáculos e o fogo de artifício.

Assim o dia passou devagar como o peso que sentia no ventre.
Batem as doze badaladas da meia-noite, pensei e comentei para mim: “No dia 25 de Abril já não nasce.” Ainda as palavras não tinham chegado à minha boca, quando desponta uma dor fortíssima que me cortou a respiração.

Daí até ao hospital foi um instante. As dores continuavam cada vez mais fortes. No hospital já de manhã pelas 8 horas, altura em que havia troca de turnos, a parteira incentivavam-me a não fazer força porque a dilatação ainda não era suficiente para o nascimento do bebé.

Ingénua não sabia que o turno dela terminara às 8 horas em ponto. Deixando para outra o árduo trabalho de assistir a um parto de uma adolescente que poderia ser muito complicado.
Foram horas longas de sofrimento, por fim, feita a dilatação e já sem dores foi chamado o obstetra, que a brincar e em amena cavaqueira me encorajava a fazer força para expulsar o bebé. Enquanto isso para me ajudar o obstetra fez um corte rectilíneo na região perineal (episiotomia). Então encorajada enchi os pulmões de ar, fechei os olhos e num ímpeto de força e raiva e nasceu a primeira complicação da minha vida. Nasceu com tanta força que parecia a rolha explosiva de uma garrafa de champanhe, que se abria para comemorar a ocasião que era mesmo festiva.

A “Complicaçãozinha” era um bebé lindo, rosado, grande (50cm) e gorducho com 3,550 gramas, já trazia na cabecinha a hereditariedade dos caracóis tão própria das complicações.
Desde então a partir das 11 horas da manhã do dia de 26 de Abril de 1979, adquiri o estatuto de mãe que só terminará no dia em que prestar contas a Deus pelos meus pecados cometidos ao longo da minha vida. Já lá vão 31 anos e ainda hoje conservo a imagem daquele quadro cor-de-rosa, da branca cama de hospital onde vi pela primeira vez a Complicações.
Há muitas coisas que o tempo apaga, mas o nascimento de um filho é uma coisa que perdurará até à extinção da nossa chama.

PARABÉNS MISS COMPLICAÇÕES “bebé”, um beijo, melhor, um dilúvio de beijos ************************************************************************************

quinta-feira, 15 de abril de 2010

O fascínio das Gerações


O tempo passa e as gerações sucedem-se. Já pensaram como serão as próximas gerações.

As gerações é uma coisa que me fascina, o misticismo do tempo que avança a cada momento, corre e deixa para trás as gerações que acabam por se perderem no tempo. Ninguém sabe ao certo como eram, nem como viveram, porque o tempo é impiedoso e apaga os vestígios.


Há sempre uma mensagem passada da geração que nos antecede e que relata a vida as dificuldades as aspirações e os ideais dessa geração moribunda.


Entre este pensamento e alguns suspiros, porque estava preocupada e tristonha retrocedi no tempo e analisei a geração que me antecedeu, a minha geração, a que me sucedeu e a que há-de suceder. Bem, isso das gerações é um bocado confuso mas um tanto ou quanto extraordinário. Não acham?

Todas as gerações tiveram algo que as marcou profundamente, alterando assim a vivências os percursos da vida, os desejos e os medos que cada um teve que enfrentar.


Sendo assim a geração dos construtores (1920-1945)

São o resultado da II Guerra Mundial. Sofreram na pele e no espírito os efeitos nefastos de uma guerra que se alastrou durante anos. Muito cautelosos em relação às suas economias. Conservadores dos bons costumes e respeitadores da autoridade.

(Por isso a avó Complicações tem uns tostões escondidos)


Baby-Boomers (1946-1964)

Nascida numa época mais farta, olham de maneira diferente o mundo que floresce num pós guerra. São independentes e verdadeiros nas atitudes sociais. (A tia complicações só podia pertencer a esta geração de narizes empinados)


Geração X (1965-1979)

Uma geração controversa, manipuladores em relação à autoridade, abertos a novas insubstancialidades mas muito inseguros quanto ao futuro económico.

(Por isso Miss Complicações tem pêlo na venta e leva sempre a dela a avante)


Geração Y (1980-1994)

Geração tipo self service, desatentos e básicos. São conhecidos como a geração do «eu e agora».

(Estas são as dores da tia Complicações o J. e o A. só têm duas velocidades parado e devagarinho e não é para agora é para ontem)


Geração Z (1995-2009)

À semelhança da primeira geração de construtores a depressão económica fez esta geração mais competitiva, autoconfiantes, criativa, tecnologicamente competentes e com um forte sentido de ética é consequência de serem filhos de pais mais maduros.

( Ai está porque é que o Dé é um espertalhaço a mexer no PC, é fruto dos tempos )


E finalmente a minha geração preferida, que será a geração dos meus netos.


Geração Alfa a partir do ano 2010 e durante os próximos 15 anos

Deverão ser a maior geração de sempre, pois regista-se um aumento da natalidade superior ao pós guerra, o chamado Baby-boom.

Prevê-se para esta geração uma educação formal, começaram a estudar mais cedo e estudaram durante mais tempo…o resto o tempo o dirá….quem sabe, quantas mentes extraordinárias nasceram nessa geração….



(o bebé de MissBlueyes vai pertencer a esta geração Alfa, quem sabe, se um dia será um prémio Nobel qualquer seria o orgulho dos papás, da madrinha lá na América Profunda e da Tia Complicações. Ah e o menino do Cheirinho a Etér também pertence a esta geração futura que me palpita que será maravilhosa)