O sol escalda, o dia promete ser muito quente e muito atribulado logo pela manhã, tendo em conta a quantidade de pessoas que já estavam à porta à espera que a repartição abra. Por isso é agradável ter um ar fresco e um sorriso de orelha a orelha.
TC: Por favor. (gesticula para a pessoa que está á porta, entrar e se sentar) Bom dia.
Cliente: (assim com um tom de voz esticada e cantada) Óh sinhoora nã posso pagar issso (atira com uns papeis para cima da secretária)
TC: Vamos lá ver, o que se pode fazer. (atentamente observa os papeis muito amarrotados e sujos e…) ….. falta aqui um documento…blá,blá, blá…. Vive do quê? blá,blá,blá….
Cliente: Aiií…oh sinhora eu nã ricêbo nada e nã possso pagaar. Teeenho seti felhinhos (lamuriou até azucrinar a paciência ao santo)
TC: Não pode ser. Então vive do quê?
Cliente: Aiiiiiiií dos aboonos dos mes felhinhos.
TC: Os abonos? Os abonos são para as crianças!....
Cliente: Ó sinhora vivo dos abonos e de uns biscates…..só recêebo 36 contos por cada felhinho. (arrecadou os papéis levantou-se e foi não sei onde….)
TC: ??? 36 contos $...€…$...€… Ó T. ouviste?
T: Ouvi, ouvi, 36 contos por “felhinho”. São, são 175€
TC: Vezes sete….dá.dá…1225€, limpos, livres de impostos. Ganha mais que eu ……Estamos nós a descontar para isto?
No que é que esta gente contribui para a sociedade?
T: Nada….na televisão dizia um que não podia trabalhar, porque se trabalhasse não podia ir à pesca. Alguma vez viste algum na construção civil?
TC: ????? …tou a pensar seriamente em mudar de carreira. Campismo selvagem e uma dúzia de putos.