Decorria o ano de 1979 o grande dia aproximava-se a passos largos. À medida que o tempo avançava a ansiedade apertava. O pensamento esvoaçava como um pássaro louco sem poiso certo. O sentimento era de alegria, com um misto de preocupação, desejo e medo, muito medo.´
As pessoas sorriam e cumprimentavam: “- Então quando é que nasce a criança!”
A resposta era sempre balbuciada da mesma maneira: ”- O médico diz que é para o fim do mês. Eu acho que nasce no dia 25 de Abril."
As pessoas gracejavam e comentavam, então vai ser um Zeca Afonso, contrapunha outra, não é, é uma Catarina Eufémia porque vai ser uma menina.
Sorria, encolhia os ombros e virava as costas. Em pensamento pedia a Deus que me ajudasse, fazia promessas (que tenho cumprido) para que a tão esperada hora passasse rápida e que o meu bebé nascesse saudável e sem problemas físicos.
Chegado o dia 25 de Abril. Dia festivo em que as multidões ainda se aglomeravam no Rossio de S. Brás, uma das praças da cidade de Évora. Mantendo a tradição, ainda que me custasse a andar, fui ver os espectáculos e o fogo de artifício.
Assim o dia passou devagar como o peso que sentia no ventre.
Batem as doze badaladas da meia-noite, pensei e comentei para mim: “No dia 25 de Abril já não nasce.” Ainda as palavras não tinham chegado à minha boca, quando desponta uma dor fortíssima que me cortou a respiração.
Daí até ao hospital foi um instante. As dores continuavam cada vez mais fortes. No hospital já de manhã pelas 8 horas, altura em que havia troca de turnos, a parteira incentivavam-me a não fazer força porque a dilatação ainda não era suficiente para o nascimento do bebé.
Ingénua não sabia que o turno dela terminara às 8 horas em ponto. Deixando para outra o árduo trabalho de assistir a um parto de uma adolescente que poderia ser muito complicado.
Foram horas longas de sofrimento, por fim, feita a dilatação e já sem dores foi chamado o obstetra, que a brincar e em amena cavaqueira me encorajava a fazer força para expulsar o bebé. Enquanto isso para me ajudar o obstetra fez um corte rectilíneo na região perineal (episiotomia). Então encorajada enchi os pulmões de ar, fechei os olhos e num ímpeto de força e raiva e nasceu a primeira complicação da minha vida. Nasceu com tanta força que parecia a rolha explosiva de uma garrafa de champanhe, que se abria para comemorar a ocasião que era mesmo festiva.
A “Complicaçãozinha” era um bebé lindo, rosado, grande (50cm) e gorducho com 3,550 gramas, já trazia na cabecinha a hereditariedade dos caracóis tão própria das complicações.
Desde então a partir das 11 horas da manhã do dia de 26 de Abril de 1979, adquiri o estatuto de mãe que só terminará no dia em que prestar contas a Deus pelos meus pecados cometidos ao longo da minha vida. Já lá vão 31 anos e ainda hoje conservo a imagem daquele quadro cor-de-rosa, da branca cama de hospital onde vi pela primeira vez a Complicações.
Há muitas coisas que o tempo apaga, mas o nascimento de um filho é uma coisa que perdurará até à extinção da nossa chama.
PARABÉNS MISS COMPLICAÇÕES “bebé”, um beijo, melhor, um dilúvio de beijos ************************************************************************************
tão bonito! muitos parabéns a ambas!
ResponderEliminarÉ verdade, o nascimento de um filho é algo que nunca se esquece! A minha avó teve 4 e, com 81 anos, ainda se lembra de todos os partos ao pormenor!
ResponderEliminarMuitos Parabéns Tia!
Beijinhos
não podia deixar de passar por aqui para também deixar os meus parabéns à progenitora;)
ResponderEliminare porque uma mãe fica sempre sensível a textos como estes;)
tudo de bom
muitas felicidades!!
Tia, que texto soberbo!
ResponderEliminarA primeira complicação da sua vida tem feito parte da minha, e tenho sido mais feliz.
Um beijinho às duas
LINDOooooo.!!!
ResponderEliminarMuitos PARABÉNS para as duas.
Beijocas
Um dia bem colorido.
ps_imagino como a complicações deve estar hoje,
EUFORICA, festarolas como ela só, LOL
Esta minha Tia é um amor...
ResponderEliminarMas olha lá...Tu disseste que eu tinha muito cabelo e que era preto.
Agora compreendo o porquê desta minha vocação para ser dondoca. Eu fui trocada. Não me queres devolver à ricalhaça que estava na cama ao lado?
Ola Tia os meu Parabens :-))
ResponderEliminarpela força e pelo amor que transmite em cada palavra que escreveu
Beijinhos a MC que e' uma querida
e muitos beijinhos a si
CONCORDO PLENAMENTE QUE O NASCIMENTO DE UM FILHO NUNCA SE ESQUECE!
ResponderEliminarPARABENS Á MÃE!
Lia
ResponderEliminarObrigada é uma data inesquecível.
Beijos
Dorushka
Querida são estas pequenas, grandes coisas… lolol ..que marcam uma mulher Obrigada
Beijocas
art.soul
Obrigada pela passagem ao cantinho mais meloso da blogosfera …só uma mãe consegue enaltecer assim este momento. Beijos
Pipoca dos Saltos Altos
Soberbo! Não diria tanto, talvez emocionante.
Assim como a Pipoca faz parte da dela. A amizade é uma coisa linda, conservem-na!
Obrigada. Beijocas das duas (Complicaçãozinha bebé deve andar por aí)
» sereia, da flor branca e lilás «
Lindo é fazer aninhos e ser apaparicada pela blogosfera!•
lololo …nem sei onde anda ela a arejar a pevide…
Obrigada beijocas
Miss Complicações...
Amor com amor se paga…
Pois tinhas e ainda tens. Com tantos caracolinhos assim era completamente impossível haver dois bebés iguais. Ricalhaça? Mas tu nasceste num hospital público….só se for à cigana que pegou no gaiato que tinha acabado de parir e abalou a fugir para não perder o próximo mercado.. lolol
Beijos
na america profunda ...
…aí que a quiduxa dos STATES veio aqui …lolol
Obrigada pela visita, acima de tudo obrigada por estas palavras de carinho…
Beijocas da Complicações
Salsa
Concordo contigo. Não só pela fofura que nasceu à 31 anos, mas também pela mau bocado que passei. Obrigada pela visita. Volte sempre ;)
Que lindo relato. Parabéns às duas :)
ResponderEliminarkiss
Parabéns:)
ResponderEliminarPinkk Candy
ResponderEliminarObrigada...beijocas
R*
Obrigada ...e também pela visita ... : )
Atrasados mas nunca é tarde para dizer: Parabêns Mamã!
ResponderEliminarO meu filho tem 14 anos e hoje lembro-me do dia em que ele nasceu como se tivesse sido ontem, e sei que este dia será recordado para sempre como se ontem tivesse sido o dia!
Um relato lindissimo, só mesmo de uma mãe!!!!
Ser mãe é maravilhoso!
Obrigada pelo que escreveu!
um beijinho muito grande:)
Canhota
ResponderEliminarFiquei lagrimante só mesmo quem já passou por tudo isto pode sentir o que é amor de mãe. Obrigada, mesmo tarde é sempre elogioso ouvir isto de outra mãe...Beijos
prendeste-me à leitura de todo o post...ahahhaha!!..
ResponderEliminarmuito lindo o relato e, ... a Bebé!
Muitos Parabéns à, então Bebé, e à Mãe (tia complicações)
Beijinhos
fj
ResponderEliminarObrigada, a mãe e a bebé agradecem é sempre agradável receber um elogio.
Vem vindo ao complicado cantinho das complicações :)
Oh Tia, Eu não percebo nada, então eu sigo a Tia, e não aparece as actualizações na minha página, agora é que vi no blog da madrinha esta actualização... :(
ResponderEliminarTia lindo relato! FIquei a pensar nessa hora, e aí sim, de certeza que me vou sentir Mãe, porque ainda não me sinto! E aí sim, vou ser a pessoa mais feliz do mundo!
Eu deixei os parabéns na sua complicação, mas agora passo aqui para lhe deixar os Parabéns a si! Que de certeza é uma excelênte Mãe! Aproveito este atraso para desejar que tenha passado um excelênte dia da Mãe!
Beijos nossoa TiaC.
MissBlueEyes
ResponderEliminarObrigada quiduxa. Já tinha perguntado aos meus botões pela menina. Também sei que tem que tem andado preocupada com a mana. Com toda essa preocupação quem é que tem vontade de distribuir mimocas, vá lá recebe-las para dar algum conforto . Fico muito contente com a visita. Beijocas :)
Gostei tanto, mas tanto deste post - faz-me lembrar a forma ternurenta com qua minha mãe me brinda com a história do meu nascimento (também há 31 anos) de cada vez que faço anos - e que eu nunca me canso de ouvir. Embora atrasada, parabéns a ambas.
ResponderEliminarBê
ResponderEliminarObrigada, é sempre bom ouvir estas histórias. espero que um dia a MC as possa contar à complicaçãozinha dela. OXALÁ
Beijos